Notícias | 28 de julho de 2015 | Fonte: Antonio Penteado Mendonça | Estado de São Paulo

No rumo certo

O Brasil é maior do que a crise. Pode demorar mais, pode demorar menos, mas, em algum momento nos próximos dois anos, a nação retomará seu ritmo de crescimento.

Nas últimas semanas tive a oportunidade de participar de alguns eventos de corretores de seguros no Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina. O resultado foi uma visão altamente positiva da atividade. Se eu já achava que o futuro dos corretores de seguros é brilhante, com mais de metade do Brasil para ser segurado nos próximos dez anos, a visão de curto prazo também ficou mais otimista.

O problema de uma crise como a que o país atravessa não é a danação dos incompetentes, é a possibilidade do cidadão ser engolido vivo porque está no lugar errado, na hora errada. As coisas simplesmente acontecem independentemente de capacidade ou culpa pelos fatos.

No caso dos corretores de seguros, nos próximos dezoito meses pelo menos, o Brasil estará sujeito a soluços violentos, que quebrarão mais de uma empresa dos mais diversos tamanhos. Imagine uma corretora que tenha como principais clientes meia dúzia de empresas de porte médio, as quais ela atende, além dos funcionários, colocando os seguros da forma mais profissional possível, nas melhores seguradoras para cada tipo de risco. De repente, por causa da crise, uma destas companhias quebra, e depois outra, e outra, e outra e outra. Da noite para o dia a corretora também estará quebrada porque as fontes de sua produção deixaram de contratar seguros. As empresas porque quebraram e seus funcionários porque perderam os empregos.

A corretora de seguro não teve qualquer interferência nos fatos. Não foi incompetente, não foi amadora, não colocou mal os seguros, enfim, não cometeu nenhum deslize, por mais leve que fosse, que justificasse a perda da produção. E isto não é ficção. Diante do cenário nacional pode acontecer com mais de uma corretora e, dependendo do ramo de atividade dos segurados, bem rapidamente.

É por isso que os eventos dos quais participei me deixaram mais otimista quanto ao futuro de curto prazo de boa parte dos corretores de seguros, pelo menos nestes três Estados. O que eu vi foram eventos focados em discussões de problemas concretos e a busca das melhores soluções para eles. Em todos convivi com corretores de seguros focados em seu negócio, preocupados com a situação de seus clientes e buscando alternativas que lhes permitam sobreviver à tempestade para, quando a situação nacional mudar, estarem prontos para acelerar e ocupar os espaços deixados pela crise, mas, mais importante do que estes, ocupar os novos espaços que a sociedade irá demandar, oferecendo as apólices necessárias para atender a demanda por seguros de milhões de residências que atualmente não têm qualquer tipo de cobertura.

Para atender os mais de 70% de veículos sem algum tipo de seguro. Para atender as dezenas de milhares de empresas que precisarão rever os seus seguros.

O Brasil é maior do que a crise econômica.

Pode demorar mais, pode demorar menos, depende de uma série de fatores ainda indefinidos, mas a verdade é que, em algum momento nos próximos dois anos, a nação retomará seu ritmo de crescimento.Quem sabe no início ainda não tão acelerado, mas dentro de algum tempo, suportável para boa parte da população, a demanda voltará a crescer e com ela o consumo de bens e produtos essenciais para a sociedade.

Quando este cenário positivo se materializar, o setor de seguros deve entrar nele em condição bastante mais favorável do que outras atividades econômicas. Com certeza o ritmo do mercado cairá em 2015, mas não em patamares capazes de comprometer a solidez das companhias de seguro.

As previsões apontam crescimento, ainda que menor, para todo o setor, sendo que, na pior das hipóteses, um faturamento semelhante ao do ano passado já está garantido.

O que eu vi nos eventos dos corretores de seguros foi a discussão séria e fecunda na busca de soluções inteligentes para os principais problemas que afetam a categoria, não só no longo prazo, mas – não menos importante – para o dia de amanhã e para os próximos meses, nos quais, em função da crise e de seus desdobramentos, as soluções atuais podem ser insuficientes se a sorte decidir virar.

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