Todos concordam que a justiça brasileira é lenta. Muito já se discutiu. Os motivos da lentidão passam pelo excesso de ações que chegam às mãos dos juízes até o excesso de recursos impetrados pelos advogados. Alguns assuntos que chegam aos tribunais poderiam facilmente ser resolvidos em câmaras de mediação e arbitragem.
O assunto foi debatido pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça, Sebastião Reis Junior, que participou de uma palestra na Associação Comercial da Bahia sobre o “Excesso de judicialização e o STJ”. O evento teve como objetivo discutir a conciliação e a arbitragem como formas alternativas à ação judicial.
O ministro do STJ falou, principalmente, sobre as consequências do excesso de judicialização: a morosidade da justiça. Segundo ele, por mês, cada ministro do STJ recebe mais de 2000 processos para analisar. “É óbvio que essa análise não será tão criteriosa, pois isso é humanamente impossível. Cada ministro recebe muitos casos iguais, que já deveriam ter sido resolvidos”, destacou.
Sebastião frisou também que deve haver mais diálogo entre os envolvidos: advogados, juízes… Pois cada juiz interpreta a lei de uma forma, acha uma brecha para continuar com uma ação que já poderia ter sido julgada. Isso causa excesso de processos e uma justiça lenta. A consequência é o desgaste dos envolvidos.